A Procura Viking

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Homem de Preto

Poesia da Semana

eu caminhei a largos passos o caminho esfumaçado

de rastros martelados pelo sol e

cinzas esmagadas;

eu viajei por estradas férreas

e queimei o esterno no

pórtico silencioso da selva de vagabundos;

eu sou um homem de preto.

eu viajei por estradas férreas

e passei pela complacência

de casas desesperadas com chaminés simuladas

e ouvi pelo lado de fora

o estalo do gelo de coquetel

enquanto portas fechadas repartiam o mundo –

e sobre tudo uma lua em foice selvagem

que despontou em meus olhos com luzes de ossos.

eu dormi em pântanos reluzentes

onde o exalar de almíscar brotava

para misturar-se com o cheiro de sexo dos

troncos de ciprestes podres

onde o fogo bruxo agarrou-se nas afundadas

esferas psicopatas do batismo



e ouvi o sugar das sombras

onde uma casa estripada de colunas

parasitada por trepadeiras

conversa com um céu suspenso de cogumelo

eu alimentei com moedas as máquinas gélidas

em todas as noites enchendo estações

enquanto o tráfego numa flâmula louca e fluente

listava em vermelho seis faixar de escuridão.

e respirei o vento talhador da carona

dentro do meio fio com o dedão levantado

e vi rostos complacentes ensombrados

com aquecedores atrás de vidros de segurança

faces que cresciam como luas complacentes

na sombra inconstante de todo esse vácuo monstruoso.

e num lampejo repentino de ódio e solidão

gélido como o centro de um sol

eu forcei uma garota a entrar num campo de trigo

deixei-a estirada com um pão virgem

um sacrifício selvagem

e um sinal para aqueles que se arrastam

em caminhos fixos:

eu sou um homem de preto.

Stephen King

(traduzido por http://baudostephenking.wordpress.com)

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