Yo! Eu sou a Otaka Depressiva do blog Otaka Depressiva, serei sua colega e anfitriã (?) da coluna Mundo Otaku de agora em diante... Falarei sobre os otakus e a cultura asiática em geral (mangá, animê, música, etc.)
Para começar bem e compensar por eu ter demorado a postar (já era pra eu ter começado há tempos :P), falarei sobre o mangá e o anime...
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Adoro essa imagem... |
As
histórias em quadrinhos têm super-heróis com poderes capazes de combater
o mal. No final da aventura, o mocinho se dá bem e o bondade sempre
vence. Mas no mundo dos quadrinhos orientais não funciona bem assim.
Vindo de uma tradição secular, os mangás despontaram pelo planeta em
meados da década de 1970, e se tornaram a maior indústria de quadrinhos
do mundo. Só no Brasil, são vendidos mais de 420 mil exemplares por ano.
Em 2011, o mangá mais popular alcançou a cifra de 180 milhões de cópias
vendidas, número digno de um fenômeno do entretenimento. Nada mal para
uma variação de HQ que vai contra o american way of life ao qual os
leitores estavam acostumados, e aposta em ilustrações mais artísticas,
com menos cor, e histórias que, muitas vezes, passam longe do
politicamente correto. “Os personagens são muito mais humanizados, mais
realistas, diferentes dos americanos, que são idealizados.
Nos
mangás, eles erram, são meio anti-heróis. Têm conflitos densos, usam
drogas, tomam decisões egoístas. Então acompanhar a história deles é
vê-los crescer também como pessoa, amadurecer. Esse tipo de narrativa
aproxima os personagens do nosso mundo, mesmo que eles venham do Japão, e
a gente os leia aqui em Belém”. As palavras da estudante de ciências
sociais Camila Sousa, 20 anos, parecem rezumir um dos segredos do
sucesso do quadrinho oriental no ocidente. Assim como quase todos de sua
geração, o contato com os mangás veio a reboque de outra febre: os
animes.
Quem nunca assistiu anime? Nem que tenha sido na TV aberta, Pokémon, Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, Naruto... Enfim, duvido muito que algum ser já não tenha assistido anime e que goste de pelo menos algo neles (nem que seja o fofo do Pikachu). Anime é algo bastante conhecido e popular, mas raramente reconhecido como Anime, a animação japonesa, algo diferente, especial, uma arte, como eu considero. Acho ambos, mangá e anime, algo que realmente deve-se valorizar!
Quem foi
moleque em meados da década de 80 para os anos 90, não escapou aos
desenhos barulhentos, com muita luta e cheio de personagens de olhos bem
arregalados. Os animes invadiram a tela da tevê aberta brasileira e
popularizaram os heróis japoneses. Porta aberta para o universo que é a
cultura pop oriental. “Desde criança eu acompanhava animes como
Pokémon e Dragon Ball na televisão aberta”, diz Rafael Cabral, 19 anos, estudante de arquitetura.
Em Belém, blog se tornou reduto de fãs
“Eu
comprava revistas como a Ultra Jovem e a Neo Tokyo para saber das
novidades dos mangás e animes, colecionava pôsteres”, lembra Rafael. “Já
adolescente o meu interesse foi aumentando e eu fui procurando conhecer
cada vez mais esse universo, até descobrir que aqui eram realizados
eventos voltados à cultura pop oriental. Hoje eu escuto música pop
coreana, assisto animes, frequento eventos, faço cosplay e me considero
um otaku (fã da cultura pop japonesa)”, diz
Rafael
Cabral, 19 anos, estudante de arquitetura, que, ao lado de Camila e
Michelle Barreto, administra o blog belemotaku.blogspot.com. Dedicado à
cultura pop oriental, o blog surgiu em 2010. Além de colunas e notícias,
o blog disponibiliza a agenda e a cobertura de eventos que abordam
temas como anime, mangá e cosplay – quando fãs se fantasiam como os
personagens. Entre as principais programações realizadas em Belém, estão
o Animazon Connection e o Otaku No Matsuri, que acontecem anualmente.
“Quando
perdi um desses eventos, fui procurar saber quando haveria outro, mas
não achava informação alguma. Aí veio a ideia de criar um blog para eu
mesmo fazer a divulgação de eventos voltados à cultura pop oriental.
Michelle me ofereceu ajuda com o design do blog e com conteúdo e a
Camila entrou para falar sobre moda urbana japonesa. Hoje temos
colaboradores que postam sobre outros assuntos como cinema, doramas
(novelas orientais), j-rock e etc”, explica Rafael, que contabiliza uma
média de 150 acessos diários no site.
Toda essa
movimentação revela uma cena efervescente na cidade voltada para o
consumo do chamado entretenimento nerd, que cresce impulsionado pela
internet. “Se trata de uma onda que chegou a vários lugares, e Belém não
é uma exceção. Somado a isso a grande influência da colônia japonesa
que existe no Pará, tornando tudo mais fácil, amenizando os possíveis
estranhamentos com o choque de culturas diferentes”, defende Sérgio
Leite, fã de mangá que fez dessa paixão um negócio, e abriu a primeira
loja de Belém voltada para os entusiastas dos quadrinhos orientais, que
já encontra leitores de todas as idades.
Dividida em centenas de estilos, tem mangá para todos os gostos. Entre os temas
abordados nas páginas lidas de trás para frente, desde os mais
palatáveis, como comédias românticas, aventuras com lutas sangrentas,
ciborgues e ficção científica, aos enredos impróprios para menores de 18
anos: as histórias de erotismo e sexo explícito. “Com o mercado do
mangá consolidado, e sendo atualmente maior que a indústria de
quadrinhos americana, a cultura oriental tem facilidade para penetrar em
qualquer mercado no mundo, difundindo costumes, moda, música e estilo
de vida”, conclui Sérgio (escutem o Tio Sérgio, ele tem toda razão!).
Mestre dos mangás
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Oh, grande meste...
Jogue tua benção sobre o povo otaku!! |
O termo
mangá é uma junção de duas palavras japonesas: manketsu (conto ou
história) e fáshiko (ilustração). Sua origem data ainda do começo do
século 18, onde as histórias eram escritas em rolos de papel e
ilustradas. Mas iria demorar para que o mangá se tornasse o que
conhecemos hoje. O pulo do gato dessa trajetória tem nome e sobrenome:
Osamu Tezuka. Em
meados dos anos 40, o desenhista japonês trouxe influências dos traços
de Walt Disney e de Max Fleischer, criador de sucessos como Betty Boop e
Popey, e modernizou o mangá: boca, sobrancelhas, nariz e, sobretudo,
olhos passam a ser desenhados de maneira exagerada para aumentar a
expressividade dos personagens. Bingo. O próximo passo foi dar vida dos
quadrinhos. Em 1963, Tezuka produz através de seu próprio estúdio a
primeira série de animação para a televisão japonesa: vindo dos mangás, o
Astro Boy ganha o mundo em anime. Foi Tezuka quem também começou a
explorar diferentes gêneros — na sua maioria, os mangás tinham como
público-alvo as crianças e jovens —, trabalhando na criação de mangás
para adultos nos anos 60. Seu estilo influenciou artistas em escala
global. No Brasil, o cartunista Maurício de Sousa, inconfundível criador
da Turma da Mônica, acaba de anunciar que vai unir seus personagens aos
do pai do mangá. Mauricio e Tezuka ficaram amigos nos anos 1980 e se
encontraram algumas vezes no Brasil e no Japão. Foi quando imaginaram a
colaboração. A família do japonês deu seguimento à ideia, que junta
personagens clássicos de Tezuka, como Astro Boy, Kimba, o Leão Branco,
com Mônica, Cebola, Cascão e Magali. Eles vivem uma aventura em defesa
da Amazônia. O resultado começa a sair ainda este ano, na revista “Turma da Mônica
Jovem 43” (Nem curto Turma da Mônica Jovem, mas já garanti o meu u_u).
MANGÁ PARA QUE TE QUERO
Os mangás se enquadram em uma categoria específica, de acordo com o tema e com o seu público-alvo:
Shounen:
Dirigidos para o público masculino, tratam normalmente de histórias de
ação, amizade e aventura, como Dragon Ball, Naruto e One Piece.
Shoujo: Abordam temáticas femininas: Sakura Card Captor, Lovely Complex e Onegai Teacher.
Tokusatsu: Significa “filme de efeitos especiais”. Exemplos: Power Rangers e Ultraman.
Gekigá: Corrente mais realista voltada ao público adulto, como, por exemplo, o mangá Lobo Solitário.
Hentai: Significa
pervertido. Anime pornográfico. Entre os de maior sucesso atualmente, a
Futari H, a comédia erótica mais vendida do mundo.
Yuri: Histórias que abordam a relação homossexual feminina.
Yaoi: Ou “Boys Love”, tratam da relação amorosa entre homens.
Fonte: Diário do Pará
e Otaka Depressiva