A Procura Viking

sexta-feira, 4 de março de 2011

Entrevista Especial o/

Fala galera! o/
Estou aqui para uma materia extra-especial  u.u
Para aqueles que sonham ser escritores ou para os fãs da fabulosa escritora  Cristina Lasaitis. 
Ainda teremos a chance de expor na coluna de livros algumas de suas obras, o que posso falar da Dona Cristina Lasaitis? Hum......Simpatia total *__* Aceitou sem pestanejar o meu convite ousado, andei pesquisando as criticas e só li elogios, então para aqueles que achavam que no Brasil não existiam escritores de livros do gênero fantasia, vos apresento Cristina Lasaitis.


Primeiramente gostaria de agradecer pela disponibilidade para responder nossas perguntas.
Não é todo dia que encontramos gente famosa tão disposta a colaborar com um fã. *_*

Obrigada, mas quem seria essa “gente famosa”?


1-Em que momento da sua vida você decidiu que seria escritora?

Foi numa tarde nublada de 2004. Eu tinha uma história que vinha criando na minha cabeça havia uma década e naquele dia senti uma pressão tão grande para colocar isso pra fora, que sentei para escrever e não parei mais. Mas isso não foi bem uma decisão, naquela época eu só queria escrever um livro pra mim mesma. A decisão de que eu faria disso uma carreira é razoavelmente recente. Foi ano passado, durante uma viagem à Austrália, que resolvi que iria deixar o doutorado para depois e investir pra valer nos meus livros, cujos projetos são mais numerosos que o tempo que tenho disponível. Só então a carreira de escritora passou a ter prioridade.

2- Quais dificuldades enfrentou pra seguir essa carreira?

Como em toda carreira, existem prós e contras a serem pesados. Se eu quiser fazer isso em tempo integral, tenho que pagar um preço – e pago. Conheço pessoas que fazem sacrifícios muito grandes para conseguir manter uma carreira de escritor: trabalham em horário integral para pagar as contas, têm que cuidar da casa e da família, escrevem nas madrugadas, não raramente pagam caro para conseguir publicar os seus livros.
Comparada com aqueles que matam esse leão todos os dias, eu não posso me queixar das dificuldades. Eu percebi que era viável para mim investir na minha carreira em tempo integral enquanto não tenho todos esses gastos e responsabilidades sobre os ombros.
Quais as dificuldades eu enfrento? Algumas são de ordem pessoal, como o esforço para tentar me disciplinar no trabalho. Existe a pressão da minha família, que desacredita que essa seja uma carreira viável, e o que ganho hoje como escritora e revisora está longe de ser suficiente para o sustento de uma casa. Enfrento essas limitações, mas tenho em mente que esse é um investimento de longo prazo; só verei o resultado depois de muito trabalho. Procuro ser realista, não tenho delírios de fama ou riqueza, mas acredito que posso realizar o sonho de viver e ser feliz fazendo aquilo que mais gosto.

3- O que te inspirou a escrever Fábulas do Tempo e da Eternidade?

Não foi exatamente um livro planejado. Naquela época, 2006/2007, eu escrevia muitos contos para concursos e para sites e blogs. Pensei em compilar os contos em uma coletânea, de preferência uma que não fosse um mero apanhado de textos, mas um projeto temático. Percebi que muitos dos contos que escrevia tinham em comum a temática do tempo e das enxaquecas existenciais que ele nos provoca. Com essa ideia em mente, reformei os contos antigos e escrevi mais alguns contos inéditos para a coletânea, que foi publicada em 2008.
Mas o que inspirou os textos? Creio que nós escrevemos por um propósito. Não é apenas por contar uma história, mas manipular os sentidos, levantar questionamentos. Por trás da temática do tempo, está a morte e o papel gigantesco que ela assume nas nossas vidas, nas nossas angústias e pesadelos. Amor e morte são temas universais da literatura porque são, provavelmente, os dois elementos norteadores da existência de cada indivíduo. Escrever, pra mim, é trabalhar com esse simbolismo tão potente, é brincar de ressignificar os significados. Não sei explicar, mas é como uma terapia. Por trás de cada história há uma angústia e também um deslumbramento perante a beleza das coisas.

4- Gostaria que explicasse para os leitores como é o processo para conseguir publicar um livro.

Você pode começar fazendo-se uma pergunta: qual é o seu objetivo? Você só quer ter o seu livro impresso para distribuir para os amigos ou quer ser escritor profissional e entrar pra valer no mercado editorial?
O processo varia de acordo com o seu intuito na publicação.
Suponhamos que você quer ver o seu livro na prateleira da livraria, posso dar alguns conselhos nesse caso. A primeira dica é: não tenha pressa! Porque se você fizer uma publicação ruim ou de qualquer jeito, irá se lamentar até conseguir outra melhor.
Comece com um livro único, que se baste sozinho, evite trilogias e sagas intermináveis.
Antes de procurar editora, submeta o seu livro a leitores críticos profissionais e de preferência que não tenham vínculo com você (não vale ser sua mãe, seu irmão ou seus amigos). Saiba ouvir as críticas que você vai receber e considere fazer modificações no manuscrito a fim de melhorá-lo. Quando tiver a versão definitiva, contrate o serviço de um revisor e somente então vá procurar as editoras.
Procure editoras que publiquem autores nacionais e livros do mesmo gênero que o seu. Pesquise detalhes mercadológicos sobre as editoras: qualidade do trabalho de diagramação e impressão, preço, distribuição dos livros, tiragem e, eventualmente, publicidade. Peça a opinião dos autores que publicaram pelas editoras que você tem em vista. Muitas editoras cobram (caro) para publicar, mas nem todas. Dê prioridade àquelas que lhe parecerem ter o melhor custo-benefício.
Para alguns autores, esse processo é uma via-crúcis. No entanto, nos últimos anos isso tem se tornado mais fácil para os escritores de literatura fantástica, tendo em vista o grande número de editoras que surgiram.


5- Qual é o seu publico alvo?

Sou generalista e não gosto de delimitar público alvo. Apesar de escrever ficção científica e fantasia, eu abordo temas universais para um público que julgo (ou espero) ser diversificado. Mas uma coisa eu posso dizer: meu leitor há de querer algo mais além do entretenimento.


6- Quais as chances de um livro nacional ser distribuído no exterior? Por que no Brasil escritores nacionais são desvalorizados ou suas obras pouco divulgadas?

As chances de um livro nacional ser distribuído no exterior são quase nulas, por causa da barreira da língua portuguesa. Mas acho que você quis perguntar: quais as chances de ser traduzido? Tirando os clássicos, alguns autores contemporâneos da literatura mainstream conseguem ter os livros traduzidos e publicados no exterior. Mas para os autores fantásticos isso ainda é fantasia (desculpe o trocadilho).
Mas devo acrescentar uma coisa, é uma ideia errônea achar que o sucesso vai vir a partir de uma publicação no exterior. O mercado de língua inglesa, por exemplo, é tão saturado e competitivo que o autor acaba fazendo um sacrifício enorme para ser publicado e no final das contas vira só mais um numa imensa prateleira. Publicar em outra língua pode ajudar muito, mas não é só isso que vai fazer a sua carreira deslanchar.
E o Brasil? O Brasil ainda padece dessa mentalidade de que tudo o que é bom vem de fora. O brasileiro tem uma auto-estima baixa, não conhece o potencial da sua produção intelectual. Por outro lado, realmente faltam obras brasileiras equiparáveis aos best sellers estrangeiros – e como um autor brasileiro, que trabalha oito horas por dia num emprego regular para pagar as contas, vai conseguir competir com o Stephen King?
Essa situação está mudando aos pouquinhos, na medida em que mais escritores produzem e mais editoras os publicam. Atualmente temos escritores fantásticos bem sucedidos, como é o caso do André Vianco, e até um grande best seller de fantasia nacional, que é A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr. Tudo indica que a situação está melhorando, motivo para sermos otimistas.


7- Como é o dia a dia de um escritor? Da para sobreviver só nessa função?

Existem escritores e escritores, cada um encaixa a atividade de escrita da maneira que dá dentro da sua rotina. Por enquanto minha rotina é bastante pacata, pois trabalho em casa, mas com todas as inseguranças do trabalho autônomo não sei dizer quanto tempo pode durar isso. Eu diria que minha situação é mais provisória do que definitiva. Estou testando minha capacidade de sobreviver como escritora e revisora, minha esperança é que a situação vai melhorar conforme eu for pavimentando minha carreira. Pode dar certo, pode dar errado. Daqui a alguns anos vamos saber.
A quem sonha em viver como escritor proponho pensar nessa pergunta: quanto você precisa para viver? Se você tem que pagar aluguel, plano de saúde, escola dos filhos e ainda quer fazer compras, viajar, jantar fora, etc., realmente vai ser difícil conseguir pagar as contas com literatura. Mas se você leva uma vida mais simples e econômica, pode ser que dê pé.


8- Você tem algum livro em andamento? Poderia nos falar um pouquinho dele? *__*

Tenho alguns livros em andamento e vários projetos na fila. Atualmente estou organizando a coletânea A Fantástica Literatura Queer, de contos fantásticos sobre diversidade sexual, que deve sair em junho de 2011. Também escrevo o romance de ficção alternativa de um clássico da literatura brasileira (vai ser um livro semelhante a “Orgulho e Preconceito e Zumbis” ou “Dom Casmurro e os Discos Voadores”), mas não posso dar mais detalhes. No mais, tenho um projeto de livro infanto-juvenil na espera e mais um romance a ser escrito em colaboração com outro autor.

9- Por fim, gostaria que desse uma palavra de incentivo para galera que está escrevendo o primeiro livro e sonha fazer sucesso.

Não são muitos conseguem levar adiante uma carreira de escritor e se estabilizar, mas se você tem algo para dizer, sabe exatamente o que quer, confia no próprio taco, é realista nos seus objetivos, tem vontade de trabalhar, está disposto a fazer sacrifícios e sente que ser escritor é muito importante na sua vida, mergulhe de cabeça! Profissionalize-se. Trabalhe muito, leia de tudo, nunca pare de estudar e de se reinventar.
Provavelmente o sucesso não virá no seu primeiro livro. Você vai precisar publicar alguns livros, passar um tempão correndo atrás de divulgação e do seu público, e mesmo assim nada garante que sua obra vai estourar. Não existe fórmula mágica. Mas se você é realista e ama o que faz a ponto de curtir cada conquista, não importa se grande ou pequeno, o resultado terá valido a pena.
Abraço da familia Taberna do Viking
Abraços



Tenho certeza que todos adoraram a materia xD 
aqui esta o link do blog da Cris *__* http://cristinalasaitis.wordpress.com/
Esse o do seu livro http://www.tarjalivros.com.br/detalheprod.asp?produto=53 
ou  http://www.submarino.com.br/produto/1/21864735/fabulas+do+tempo+e+da+eternidade



12 comentários:

  1. Não conhecia esta escritora, deve ser interessante seu trabalho.

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  2. Também não conheço as obras dela, mas vou dar umas pesquisadas, quem sabe possa gostar rsrs...

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  3. Infelizmente o Brasil não é um país de leitores...

    Hoje em dia, as pessoas dão valor aos 'belos' livros escritos no exterior

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  4. Excelente entrevista. Cris, você se posicionou muito bem.

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  5. Excelente iniciativa do blog de formular uma entrevista, assim faz notório o trabalho da escritora. Não a conhecia. Parabéns pelo blog e a entrevista ficou bem bacana.

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  6. mto bom

    http://bajseries.blogspot.com/

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  7. Desconheço o trabalho dela, mas admito que a entrevista me deixou curiosa.
    Sobre o meu post, é, de fato não há muito o q se comentar rs
    Bjusss. Seguindo!

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  8. Oii, vlw pela visita.. gostei do seu blog
    ...
    Desabafar alivia mesmo viu... se tiver vontade faça, não adianta sufocar o que sente por medo dos risos alheios...

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  9. Muito legal a entrevista!!!!

    www.minutomix.blogspot.com

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